1 de dez. de 2008

Avenged Sevenfold album auto-titulado

Avenged Sevenfold é o auto-titulado quarto álbum da banda cujo potencial é enorme, potencial esse que no Verão mais recente foi demonstrado em cerca de 45 minutos (nota: não espeto já [mais] uma farpa em relação ao tempo reduzido de actuação porque sei, se Deus e se já agora alguma promotora que se preze conceder esse favor, que em 2009 estão cá de novo) no Festival Super Bock Super Rock Lisboa.

"Critical Acclaim" é baptizado como o primeiro single (tendo sido lançado com dois meses de antecedência em relação ao álbum), é também o tema de abertura de todos os concertos ao vivo da banda - a meu ver escolhido propositadamente já que o tipo de intrumento escolhido para abrir as hostilidades é perfeito, em vez de um arranque a partir tudo, algo mais suave, na linha do restante conteúdo do álbum, surgindo em mente a imagem de uma qualquer introdução onde as personagens de uma determinada história entram em palco e se apresentam. Aqueles segundos iniciais de piano que precedem a berraria desgarrada de M. Shadows são agoniantes mas ao mesmo tempo o que mais marca qualquer fã que espera impacientemente na primeira fila e que ao presenciá-los sente um arrepio da ponta dos cabelos ás unhas dos pés já que momentos depois aí estão eles a pisar o palco (não? desculpem-me, voltei atrás no tempo).
Em relação à lirica, consiste em mais uma critica política (lembro-me agora de "Blinded In Chains" ou "M.I.A"), desta feita a todos os que não só criticam os soldados americanos que se dedicam à guerra no Iraque como também nada fazem para arranjar soluções que terminem com a mesma. A música gira em torno de dois riffs de guitarra, um que acompanha os versos, o outro no refrão. Destaque para os vocais do baterista The Rev no refrão que acrescentam credibilidade ao tema, na minha opinião o melhor do álbum.

"Almost Easy", segunda faixa, segundo single e um incentivo ao "mosh". Mais um coelho tirado da cartola de Rev, compositor do tema, fala de como é fácil dizer 'desculpa' ou perdoar alguém, embora na realidade seja difícil fazê-lo. A música, para além de se tornar cativante (por vezes impulsiva, confesso, mas também, depois de ver o vídeo do Warped Tour de 2007 é normal) entra bem no ouvido, é fácil de decorar e o refrão é para ser entoado a plenos pulmões ao vivo, já que na versão de estúdio as vozes dos cinco elementos integram os versos "I'm not insane".

"Scream" é o tema que se segue e o próximo (e quinto!) single do álbum a ser lançado. Lembro-me das várias vezes em que ouvi esta música e da forma como nunca me cativou. Já a considerava a "ovelha negra do disco" quando, um dia, acordei e ao ouvi-la começou a soar melhor (podem acreditar, foi de facto assim). Não a considero uma faixa brilhante, no entanto não consigo deixar de delirar com a mistura de acordes e ritmos entre as guitarras, a bateria e o baixo ao longo de quase toda a música (com excepção no refrão). Em relação ao solo, penso que quando Synyster Gates, em pessoa, diz ser "o solo mais dificil de tocar ao vivo" explica tudo.

"Afterlife", a preferida de muitos, marca a primeira achega à diversidade e inovação com a inclusão de instrumentos orquestrais. Digna de um vídeoclip que faz jus à sua sonoridade (aproveito já para fazer já o pedido: dirigam-se ao site da Fuse.Tv [endereço nas noticias] e votem [nos A7X] para o melhor vídeoclip de 2008) a sua lirica/conceito é simplesmente brilhante, ou não tivesse sido escrita, mais uma vez, por Rev que tem mais uma intervenção de backing vocals fantástica a anteceder o solo. Synyster merece foco por mais um solo veloz, repleto de sweeps e capaz de deixar qualquer fã à beira do espasmo (quem também lá esteve em Julho saberá certamente ao que me refiro).

"Gunslinger" marca a primeira pausa no alinhamento com um tema mais melódico iniciado por Zacky V. na acústica, servindo de suporte à voz calma e suave de M. Shadows. Após um semi-soneto mais calmo o ritmo acelera, sem no entanto os vocais ou as guitarras se descontrolarem como até então. A participação de Shanna Crooks é importantíssima pois marca o ponto de viragem na música num misto de ansiedade e desespero selado com chave d'ouro no solo sublime de Synyster Gates. Ao vivo parece não ser tão convincente como a versão de estúdio.

"Unbound (The Wild Ride)" é, na minha opinião, a faixa mais desequadrada do álbum. A batida e ritmo até são bons mas fica a sensação de que lhe falta algo, especialmente quando comparada com todas as outras músicas. Destaque sobretudo para o coro infantil protagonizado por Zander Ayeroff e Annmarie Rizzo já na parte terminal da música. Uma troca com "Until the End" ou "Crossroads", do novo Diamonds in the Rough, não teria sido mal pensado.

"Brompton Cocktail" é uma faixa interessante cuja lírica rivaliza com a de "Afterlife" para o prémio da letra mais interessante (esta é sobre o medicamento com o mesmo nome da música que serve para aliviar a dor de doentes em estado terminal). Nota mais para os vocais decididos e afinados de M. Shadows.

"Lost" foi, durante algum tempo o meu grande "vício". Dona de um riff alternado porém repetitivo entre os dois guitarrista, quando explode é a vez de Rev mostrar credencias. Tenho pena que esta musica seja preterida do reportório ao vivo da banda, pelo que daria de certeza uma boa malha.

"A Little Peace Of Heaven" é, para quem a esta altura do campeonato ainda não tenha notado, o expoente máximo na mudança de estilos da banda. Inspirada nos musicais da Broadway, este tema constitui uma peça teatral cujo vídeoclip pode gerar alguma controvérsia para os mais críticos. É a faixa mais longa, mais diversificada, poderá parecer bizarra do ponto de vista lirico mas musicalmente é genial. Destaque para os duetos entre M. Shadows e The Rev.

"Dear God" encerra o alinhamento com a tipica balada ao estilo country. Calma, nostálgica e de ritmo constante é o mais recente single do disco. No seu vídeoclip são mostradas imagens da banda em backstage, ao vivo, a gravar o tema em estúdio, em viagens de autocarro para o próximo concerto e ainda com alguns amigos. Shana Crooks tem aqui nova participação.


(By: Hellboy in: "http://www.blogmusicaparaosmeusouvidos.blogspot.com")

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